domingo, 2 de março de 2008

Avaliação científica de cura espiritual

Autor: Frederico Camelo Leão


Segundo o Espiritismo, os médiuns são pessoas com sensibilidade apurada, intermediários entre dois mundos postados, cada qual em seu relativo espaço-tempo. O fenômeno mediúnico é algo que existe desde tempos imemoriais, conforme observado nos registros da história antiga, e prossegue existindo ainda hoje, principalmente nas instituições espíritas, onde é estudado exaustivamente. Sua prática tem despertado grande interesse em milhares de pessoas que buscam diariamente alívio espiritual e físico para seus males. A eficácia das curas espirituais, embora alguns pesquisadores sejam céticos quanto a ela, outros, contudo, registram curas obtidas mesmo com os pacientes em sérias condições orgânicas, apresentando quadros de recuperação difícil ou improvável. Em algumas vezes, há relatos de que os curadores, de modo instantâneo, realizam diagnósticos antes mesmo de estes terem sido obtidos pelos métodos da medicina convencional, sendo depois confirmados por ela. Os fenômenos ditos paranormais, incluindo a vida extraterrestre em razão de suas evidências física e psíquica, não são inexplicáveis. E também não são sobrenaturais, mas fatos ainda não explicados pela ciência.

A gênese do Espiritismo tem sido associada às irmãs Fox. Em 1847, acontecimentos insólitos foram registrados em Hydesville, nos Estados Unidos, gerando grande repercussão. Na França, ficaram famosas as reuniões em torno das mesas girantes. Nessa época, o assunto atraiu o interesse do professor Hippolyte Leon Denizard Rivail, que começou a estudar sonambulismo e magnetismo. Na evolução de suas pesquisas, Rivail se interessou por manifestações espíritas. O conjunto de suas investigações acabou por gerar um corpo doutrinário, que atualmente compõe os fundamentos da Doutrina Espírita. O professor organizou vários livros e assumiu o pseudônimo de Allan Kardec. Segundo ele, seus livros são baseados em diálogos com espíritos através de comunicações mediúnicas. No Brasil, o movimento assumiu características próprias. Os mais famosos nomes do Espiritismo brasileiro se dedicaram a realizar obras com ênfase no aprimoramento moral. O mais popular foi o médium Francisco Cândido Xavier, que deixou mais de 400 livros psicografados [Ditados por espíritos]. O movimento brasileiro caracterizou-se por uma religião cristã que valoriza sobremaneira a caridade.

A doutrina tem uma visão bastante específica e pontual a respeito das doenças mentais. Segundo Kardec, a enfermidade é resultado de um desequilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito. No caso específico dos deficientes mentais, afirma-se existir causas espirituais anteriores para tal sofrimento. O codificador acentua que o espírito do doente goza de todas as faculdades da consciência, porém sofre as limitações de um corpo material deficitário. Tal situação, segundo seus postulados, se relaciona a débitos gerados por atitudes inadequadas em vidas anteriores. Nesse sentido, orienta que os portadores de deficiência mental devam ser tratados com benevolência, pois seus espíritos, conscientes dos limites corporais a que estão submetidos, sofrem e precisam de amparo. No Espiritismo, é natural a comunicação do espírito de um encarnado, portador de doença, tal como a de um morto. Isso é feito no Centro Espírita Nosso Lar.

Mediunidade, a canalização de hoje

Para vários pesquisadores, as experiências mediúnicas são consideradas psicopatologias. O Espiritismo, no entanto, tem outra visão. A mediunidade é uma habilidade psíquica que permite tipos especiais de comunicação. Pode-se também defini-la como um tipo de capacidade perceptiva ampliada. Para o codificador do Espiritismo, a mediunidade é algo natural. E existem vários tipos, sendo geralmente classificados de acordo com a ordem dos fenômenos que produz. Os principais tipos de são: efeitos físicos (que produz fenômenos, tais como ruídos e movimentos de corpos inertes), psicografia (da qual a escrita manual é a mais simples expressão), audição e psicofonia. Esta última, algumas vezes, é uma espécie de voz interior que se faz ouvir no íntimo do ser, outras vezes, uma voz externa com o propósito de comunicação. O médium, sujeito portador desta capacidade, traduz verbalmente as impressões sentidas. O termo mediunidade só surgiu no século XIX. E nos estudos mais recentes de parapsicologia, tal fenômeno foi chamado de canalização [Channeling], enquanto o médium recebeu o nome de sensitivo.
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Frederico Camelo Leão, convidado especial, é psiquiatra e mestre em ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Atua principalmente nas áreas de comunicação, deficiência mental, espiritualidade, religiosidade e semiótica. Atualmente é diretor técnico e clínico da Casa André Luis.

FONTE: REVISTA UFO

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