
Nos foi legado pelo Padre Antônio de Sá, em carta de 13 de junho
de 1559.
É claro que a maneira de se expressar dos protagonistas é confusa, dado que naquela época não se falava em OVNI ou abdução. Eis o teor da carta com o estranho caso: O caso é o seguinte: tinha Vasco Fernandes, nosso principal, um filho por nome Manemuacu, o qual estava muito doente na aldeia da Vila. Estando ele assim, uma noite de grande tempestade o tomaram os demônios em corpo
e com grande estrondo o levaram, arrastando e maltratando.
O padre Braz Lumenso o foi consolar (ao pai de Manemuacu), dando-lhe a
esperança que, se não morto, que lhe apareceria, como de feito daí a três dias apareceu...O pobre índio contava que, depois de havê-lo posto no porto de João Ramalho, o levaram a Santo Antônio com tanto ímpeto e clamor que a si mesmo não podia ouvir nem entender; daqui o puseram no porto de Jaravaia e por concluir, diz que o puseram entre muitos outros, onde se fizeram muito mal.
Aqui viu muitos fogos e mui horíveis. Finalmente, depois de todos esses martírios, o arrojaram entre uns mangues onde se maltratara muito e ficara fora de si com tantos tormentos como passara, que por isso não conhecia os seus quando deram sobre ele e fugiu deles como se foram demônios. Tudo isso permitiu o Senhor para que venham o conhecimento da sua lei, considerando perverso o domínio do Demônio. Algumas coisas nos chamam a atenção no episódio fantástico narrado na carta do Padre Sá.
O estrondo, no ato do rapto; o rápido deslocamento do índio de porto a porto...com tanto ímpeto e clamor que a si mesmo não podia ouvir nem entender...E também os ...muitos fogos e mui horríveis...Parece que o índio não eras o único raptado, pois ...o puseram entre muitos outros... Não deixa de ser curioso este caso.
Nunca é demais lembrar que o mesmo ocorreu em 1559 e a linguagem sobre qualquer fenômeno necessariamente incluiria o Demônio
Nenhum comentário:
Postar um comentário