domingo, 24 de agosto de 2008

Filtro Infra-Vermelho Caseiro para Fotos

“Um filme 007”

O infravermelho é um filme especial desenvolvido na Segunda Guerra Mundial pelo governo norte-americano para fazer fotografias aéreas de linhas inimigas, através da neblina. Tem grande sensibilidade e registra imagens que o olho humano não vê. É muito usado em aerofotometria.

No limite entre fotografia e arte

O que poderia ser apenas o presente de um amigo durante uma viagem a Nova York, em 1992, acabou se transformando no instrumento de criação de uma linguagem autoral. Em meio a pesquisas, experiências e gastos extras, o filme infravermelho se incorporou ao dia-a-dia do fotojornalista Renan Cepeda, inserindo seu trabalho no mercado de arte brasileiro.

Não por acaso foi dele a primeira mostra de fotografia realizada na Anita Schwartz Galeria, reduto tradicional das artes plásticas na cidade, há dois meses.Mas por trás da satisfação de ter consagrado uma identidade própria, existem dificuldades de quem utiliza “um filme pouco comum, especial”, como explica o repórter fotográfico.

“O infravermelho era um filme de uso privativo das Forças Armadas até 92, quando comecei a pesquisar, e, segundo a Kodak, não podia ser importado. Até hoje continua meio proibido porque não há demanda e interesse em comercializar. É caro”.

Em Nova York, o filme preto-e-branco custa 10 dólares e o colorido, 20 dólares, que adquire quando viaja ou por intermédio de amigos que moram no exterior.Segundo ele, a Kodak condicionou a importação a uma remessa mínima de 500 rolos, pagando, adiantado, cinco vezes o preço unitário. Sem contar que o material chegaria 90 dias após a encomenda. “Para mim isso é proibição”, protesta. Além de caro, afirma Cepeda, não é um filme fácil de utilizar porque, entre outras características, não tem a sensibilidade definida. Dificulta ainda o fato de os fotômetros serem calibrados para medir luz visível e não radiação, “que altera conforme a hora do dia, a estação do ano e a latitude do planeta”. Isso obriga o fotógrafo a fazer bracketing (variar exposição) para que uma das tentativas seja a mais correta”, ensina.

Renan Cepeda diz que faz de quatro a cinco fotogramas por cena e usa um corpo de câmera Nikon (F90 ou 8008) só para fotografar com infravermelho, para não desperdiçar filme. É um trabalho que requer planejamento. “Não vou a determinados lugares em determinadas épocas do ano porque o sol se projeta diferente”, exemplifica.

Para conseguir os efeitos produzidos em suas fotos, cuja tônica são cenas urbanas, paisagens e pessoas, Cepeda fotografa em dias ensolarados. Ele explica que o sol produz efeitos especiais, como um céu negro. “Tudo que é azul fica escuro e dá um belo contraste com as nuvens brancas”, encanta-se. Ele explica ainda que a vegetação ganha um tom branco, de neve, como demonstra a imagem das palmeiras do Jardim Botânico, que, entre outras, ilustra seu ensaio. Já o infravermelho colorido troca as cores – o verde pelo vermelho, o vermelho pelo marrom, o marrom pelo verde, o amarelo pelo branco –, dependendo do filtro.

Os mais utilizados são laranja e sépia.Em preto-e-branco a predominância é do filtro vermelho, que, segundo Cepeda, “purifica mais a radiação infravermelha”.

Ele diz que existe um filtro especial para o filme em PB, o Kodak Wratten 87C, que, por ser preto, barra a luz visível e pode operar até 25 ASA, mas não está à venda no país. “É um filtro fabricado em gelatina que alguns fotógrafos utilizam atrás do espelho, para poder enxergar o que estão fotografando.

Usei uma vez e assim mesmo na frente da lente, com tripé”. Devido ao efeito do filtro vermelho ser mais acentuado, só utiliza infravermelho em preto-e-branco.

Cepeda indica como melhor filme o Kodak 35 mm, que tem uma sensibilidade espectral que ultrapassa 900 nm (namômetros – unidade de radiação infravermelha). Segundo ele, a empresa parou de fabricar o de 4 x 5 polegadas em 1999, porque tinha pouca procura. As outras duas empresas que fabricam o produto são a Maco (empresa alemã), cujo filme atinge sensibilidade pouco acima de 800 nm, e a Konika (japonesa), que chega a 750 nm. O processo de revelação e ampliação do filme infravermelho preto-e-branco é igual a um filme PB comum; o colorido, igual ao de cromo.

“Um filme 007”

O infravermelho é um filme especial desenvolvido na Segunda Guerra Mundial pelo governo norte-americano para fazer fotografias aéreas de linhas inimigas, através da neblina. Tem grande sensibilidade e registra imagens que o olho humano não vê. É muito usado em aerofotometria.

No Brasil, sua utilização era restrita às Forças Armadas até 1992, quando começou a ser pesquisado pelo fotógrafo carioca. Além dele, Cepeda conhece apenas um trabalho profissional com infravermelho no país – o ensaio sobre a população do Rio São Francisco, do fotojornalista paulista Rafael Hesse.

Nos anos 60 e 70, o infravermelho chegou a ser moda no meio amador. Há 10 anos reapareceu por intermédio de Renan Cepeda, que imprimiu uma nova técnica, como demonstrou recentemente na exposição individual “Invisíveis”, na Anita Schwartz Galeria. O fotógrafo também exibiu seus trabalhos na exposição Fotografar é Arte?, na Universidade Veiga de Almeida, e tem uma foto exposta na Feira Internacional de Multimídia em Genebra.

Fonte: PAPARAZZI

Mais sobre filtro infravermelho:
Enviado por Terry Carr

Muitas câmeras digitais vêm com um filtro de fábrica que as deixam “cegas” para a luz infravermelha.

É fácil verificar: basta apontar qualquer controle remoto (como o da TV mesmo) para a câmera, apertar um botão e olhar através do da mira ou do LCD. Caso veja uma luz saindo do controle remoto, então a câmera pode “ver” infravermelho. A partir daí é só adicionar um filtro de infravermelho à câmera.

Quem quiser fazer seu próprio filtro de infravermelho pode procurar vídeos na internet como este, que explicam tudo passo a passo.

Veja os resultados de um filtro infra-vermelho no formato fotografia.

Veja a possibilidade de conversão de uma filmadora, para filmagem em "infra-vermelho".

Assista aqui, à vídeo que demonstra os resultados da filmagem infravermelha e alguns aspectos.

2 comentários:

Júnior disse...

Você já tentou usar um filtro infra-vermelho nas vigílias ufológicas?

◄░├Čσпţаċţа_Μẹпţе┤░►™ disse...

Olá Júnior!
Em vigílias já usamos todos os recursos necessários mas, já há algum tempo não fazemos mais vigílias.
Cremos que uma imagem já não pode mais trazer veracidade para comprovar nada.
Nos focamos mais nos relatos de Abduzidos.
Gratos pela presença.