domingo, 13 de janeiro de 2008

Enceladus planeta com gyser

Um dos muitos mistérios do nosso sistema solar reside numa das 60 Luas de Saturno. Este satélite com apenas 500 Km de diâmetro tem erupções pelo pólo sul, duma violência tal que poderemos dizer que são mais explosões do que erupções, utilizando as nossas bitolas comparativas dos Geysers terrestres.
As análises espectrais feitas pela CASSINI aos elementos desse repuxo, apontam para ser água, com traços de amónia e metano.


Enceladus, no pólo sul encontra-se uma zona mais quente resultante, precisamente é a zona por onde sai a água quente (esquentador). Falta ver fotos do pólo norte.

Atendendo à pequenez de Enceladus e à sua anatomia derivada do mesmo esquema generalista planetário oco observado em outros planetas do nosso sistema solar e atendendo à sua proximidade com o gigante Saturno, começa-se a desenhar uma compreensão, para o seu violento comportamento.

Como é Vénus


Vénus é um exemplo paradigmático que leva ao entendimento dos modelos de outros planetas.
As nuvens entram de uma forma violenta pelo pólo norte e depois saem igualmente de uma forma violenta pelo pólo sul.
O que é que leva a que as nuvens, ou seja, as enormes massas de ar entrarem por um pólo e saírem pelo outro pólo?



Estas duas entradas no pólo norte de Vénus conduzem ao interior,
vastas e continuas massas de ar.


Se tivermos algum processo térmico dentro da bola oca de Vénus que aqueça o ar entrado pelo pólo norte e atendendo também ao movimento rotativo de Vénus sobre si mesmo, essas massas de ar como entram assim têm que sair, devido ao facto de haver um motor que puxa as massas de ar. Esse motor poderá ser térmico e gravitacional. O próprio sol interior poderá repelir as massas de ar.

Sendo assim é um processo perfeitamente lógico. As massas de ar entram por um lado e sai pelo outro. Faz-nos lembrar as caldeiras de vapor, entra a água fria por um lado e sai o vapor violento pelo outro lado.
Se num planeta a fonte de calor interna ou seja o sol central, mais a presença de magma superficial, exalarem altas temperaturas, as massas de ar que entram, saem mais rapidamente e de uma forma alteradas. Entramos assim na simples explicação da caldeira, entra frio e sai quente.

Se o leitor visitar um artigo que escrevemos sobre Vénus, está lá bem elucidativo o comportamento das nuvens em Vénus.

Enceladus será a mesma coisa? Será que podemos meter tudo no mesmo saco?
Se já conseguimos compreender Vénus, Júpiter e Saturno, tudo artigos desenvolvidos aqui no site da APO.
Será que poderemos avançar com a mesma explicação para Enceladus?

O jacto de água quente que sai de Enceladus estará sempre a sair?

Tudo o que é lançado tem que ser depois absorvido. É a lei da atracção. Elementos tão leves como seja o hidrogénio, oxigénio e o carbono, são depois absorvidos ou atraídos pela própria gravidade de Enceladus.

Se os jactos observados em Enceladus, são compostos de água é lógico que a própria gravidade do planeta vai absorvê-los, disto não temos a menor dúvida. A saída da caldeira está nesse pólo.

Estes jactos atingem uma velocidade tão grande que os instrumentos da Cassini contabilizaram como sendo metade da velocidade com que uma bala sai duma espingarda. Se uma bala sai dessa arma a 1Km por segundo, teremos que esse repuxo que sai de Enceladus, sai à velocidade de 500 metros por segundo.


Enceladus apresenta no seu exterior uma capa branca que mais parece gelo com traços azuis. Este planeta é um dos mais reflectores do sistema solar, reflecte 90% da luz solar.

Poderão estas linhas azuis indicar a presença de rios que poderão conduzir até ao pólo norte, através da embocadura polar a água necessária para a grande explosão que sai pelo pólo sul?

Atendendo que depois de ser lançado para o espaço, o repuxo de água pela própria gravidade e pelo movimento de rotação de Enceladus, vai ser atraído e vai cair na forma de neve. Naquela zona do espaço o sol é mais débil e a temperatura à superfície de Enceladus, medida pela Cassini, quando passou a 350 Km da sua superfície, foi de 201 graus negativos centigrados. Decerto muito de nós já fizemos a experiência de virar o repuxo de uma mangueira de rega, para o ar e logo de seguida levamos com a água em cima.
Também a falta de atmosfera é responsável por este estado de quase total reflexão da luz solar. Há pois uma diferença de potencial entre o interior ultra quente e o exterior ultra gélido que vai potenciar aquele geyser.
Perante esta perspectiva, podemos notar que toda a superfície de Enceladus é branca e cheia de gelo, por isso é a superfície mais reflectora do sistema solar.

Podemos assim perguntar:
O que é que haverá em Enceladus que expulse água com traços de metano e amónia pelo pólo sul e com tanta força?
Qual o mecanismo propulsor e qual a sua força?

Outra pergunta é:
Se sai por um pólo, como é obvio, não poderá estar sempre a sair sem que haja um termino, terá de haver algo que realimente constante aquele repuxo?

Pela ordem natural da vida, se sai por um lado tem que reentrar pelo outro. Sai comprovadamente pelo pólo sul de Enceladus e terá que obrigatoriamente entrar pelo pólo norte de Enceladus.

Voltamos ao provado modelo de Vénus, as massas de ar entram dentro da bola oca pelo pólo norte e depois são expulsas pelo pólo sul. Então poderíamos avançar com a ideia que existe lá dentro de Vénus um motor térmico/gravitacional que puxa as massas de ar e as empurra para a saída a direcção ao pólo sul.

Em Enceladus a explicação mais lógica é precisamente essa. Aquela massa líquida de água com traços de amónia e metano, torna-se tão visível e notória quando sai pelo pólo sul, porque foi imensamente aquecida naquela quentíssima caldeira interna. A sua expulsão (saída) dá-se a cerca de 100kg por segundo e não há atmosfera exterior que refreie aquele ímpeto explosivo.

A entrada pelo pólo norte, poderá ser feita a nível dos rios que vêm a azul na foto acima. O clima no interior oco de Enceladus poderá ser uma mega sauna, cuja fonte de calor tem de ser obrigatoriamente o seu sol central, mais o magma superficial originado pela reduzida força centrifuga e da brutal força centrípeta. A reduzida força centrifuga, poderá ser resultante da proximidade de Enceladus com o mega planeta Saturno.

Essa reduzida força centrifuga vai expulsar para a parede interna os núcleos atómicos pesados, causadores daquilo a que nós aqui na Terra chamamos de magma. Se a força centrifuga fosse mais intensa ou igual à da Terra, a actual superfície gelada de Enceladus, não existiria, estaria toda derretida, não haveria gelo, mas não, temos aqui a enorme repulsão de Saturno a auxiliar a força centrípeta.

Aqui na Terra esses núcleos situam-se quase na parede exterior, devido à enorme força centrifuga e de reduzida força centrípeta.
Portanto aqui na Terra o magma que causa os vulcões e os riftes, é o resultado da proximidade de núcleos atómicos pesados. Ao longo dos tempos as duas forças digladiaram-se, a força centrifuga impôs as suas condições e a força centrípeta, menos fraca, sujeitou-se aos ditames dessa irmã mais poderosa.

Da guerra entre estas duas forças, nesse campo de batalha ficam os despojos de guerra, (aquilo que as une) são os núcleos pesados que se mantêm na forma mais quente e por arrastamento fundem os núcleos vizinhos menos pesados como por exemplo a sílica, ferro, etc.


A força centrifuga expulsa os elementos mais pesados para fora de si na direcção da outra força e assim sucessivamente a força centrípeta expulsa os elementos mais pesados para fora de si contra a força oponente.

Então os elementos mais pesados ficam na fronteira entre as duas forças. Onde é que será essa fronteira?

Numa central nuclear, os elementos pesados, por exemplo o urânio 235, torna-se quente porque as varetas são montadas em feixes, ficando portanto muito perto umas das outras, originando imenso calor.

A nível planetário é a mesma coisa, o modelo oco que ganha mais consistência preconiza sempre que haverá o impacto de duas forças a centrifuga e a centrípeta. Onde essas duas forças se encontram residem os núcleos atómicos pesados expulsos para a periferia dessa força. A presença desses núcleos origina enormes quantidades de calor, que por sua vez vão derreter o SEAL (sílica e alumínio) e SIMA (sílica e magnésio), originando bolsas de magma localizadas.

Essas bolsas de magma poderão ser distribuídas ao longo de uma certa faixa desse planeta, se o mesmo planeta tiver a forma totalmente redonda ou poderão localizar-se mais numa certa latitude.

Se houver algum achatamento polar e uma maior dilatação a nível do equador, conforme é aqui na Terra, podemos dizer que o magma não se estende duma forma igual por toda a Terra.

Aqui na Terra, começamos por entender que a força centrifuga tem um poderoso aliado o sol central de Agartha que se encontra a meio da parede interna oca (suspenso). Esta força centrifuga é mais forte do que a força centrípeta que tem como aliado o sol exterior que está muito longe e por isso mais débil.


Se a parede da Terra oca for de 1800 Km de espessura, o campo de batalha entre as duas forças poderá situar-se entre os 20 km e os 100 km a partir da superfície externa.

No caso de Enceladus, há aqui uma reviravolta, não há ali outro sol exterior muito forte, aliado da força centrípeta, mas ali o gigante chamado Saturno.
A força centrifuga de Enceladus está em desvantagem, o seu aliado sol interior, não consegue valer os seus direitos.

Assim a guerra entre as duas forças lança mais (empurra) para a parede interior a fronteira quente, onde estão os núcleos atómicos pesados responsáveis pelo grande desenvolvimento de calor. Podemos talvez transferir a zona de combate entre as duas forças em Enceladus, para somente alguns quilómetros da parede interna.

A força centrípeta em Enceladus, essencialmente ajudada pela proximidade de Saturno será enorme e a força centrifuga repulsiva do sol interior será diminuta.
Origina-se então que aquela zona cheia de núcleos pesados ou seja o campo de batalha entre as duas forças, ficará quase à superfície da parede interna do Enceladus oco.

Baseado nesta forma de entender o fenómeno, então poderemos que se houver vulcões em Enceladus, os mesmos expurgam para a parede interior, enquanto que aqui na Terra os vulcões lançam as suas lavas para a parede exterior. Aqui na Terra a força de combate é próxima da superfície exterior, em Enceladus é próxima da zona interior. O mesmo poderá ser teorizado para outros planetas.

Se chegarmos a esta conclusão, podemos dizer que o interior oco de Enceladus, poderá ser considerado um autêntico inferno.

É assim compreensível que as massas de água entrem pelo pólo norte, são de imediato aquecidas e expulsas pelo pólo sul duma forma perfeitamente explosivas. O desenho abaixo é meramente elucidativo e não se pretende avançar com medidas.


A ajudar a esta festa o sol interior de Enceladus poderá exercer a sua soberania repelindo por acção da sua gravidade toda e qualquer massa de água que aqueça na forma de vapor, pela própria polaridade do sol interior, esse vapor poderá ser direccionado para a embocadura do pólo sul interior.

Segundo a NASA, há no sistema solar mais três planetas que têm as mesmas condições, de mandar para o espaço geysers, embora em reduzida capacidade, é a nossa Terra com certos geysers nossos conhecidos o outro planeta é a Lua de Neptuno Tritão e Io de Júpiter.


Luís Aparício
(autorizado gentilmente por Luis Aparicio da APONVI)

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