Indagação de Gevaerd pela reportagem no Fantástico

Editor da revista UFO, A.J. Gevaerd, comenta indignação
de ufólogos brasileiros sobre a reportagem de Álvaro Pereira Junior, no Fantástico, de 24 de fevereiro de 2008.

Caro Álvaro Pereira Júnior
Repórter do Fantástico

Levo ao seu conhecimento o profundo desapontamento da esmagadora maioria da Comunidade Ufológica Brasileira com a matéria veiculada na edição de ontem do Fantástico, dia 24 de fevereiro, sobre os círculos misteriosos em Riolândia. Lamentamos muito que a reportagem tenha sido tão superficial, tão rasa e tão descompromissada com a seriedade, a complexidade e a profundidade do caso em particular, e com a Ufologia em geral.

Ao longo das últimas semanas, estudiosos de Ufologia e de muitas outras áreas têm se esforçado para investigar as situações envolvendo aquele episódio, e várias afiliadas da Rede Globo (como também emissoras concorrentes) coletaram números depoimentos de testemunhas de fenômenos inexplicáveis naquela cidade e outras, além de entrevistas com os estudiosos que os têm pesquisado. No entanto, a reportagem levada ao ar ontem não contemplou os telespectadores do programa com nenhuma manifestação abalizada e coerente daqueles que conhecem os fatos.

O Caso Riolândia envolve uma multiplicidade de observações de fenômenos insólitos que necessitam de explicações mais sérias e consistentes do que as oferecidas pelo professor Pedro Leite Silva Dias, da USP. Sua manifestação, alegando que os círculos são causados por mini tornados, foi no mínimo infeliz. Nas noites em questão, nem sequer ventos foram notados sobre as áreas atingidas, que dirá mini tornados, como aventou o ilustre mestre. Quanto à sua afirmação de que as luzes observadas sobre os canaviais são "gases em movimento", sem comentários.

Mas os pontos mais tristes da reportagem foram, primeiro, a atribuição da origem dos círculos ingleses aos velhinhos Dave e Doug, e segundo, a afirmação de que "não existe nenhuma, nenhuma mesmo, evidência de vida extraterrestre" . No primeiro caso, a matéria dá a entender que a onda dos agroglífos ingleses, que já dura quase três décadas e tem desafiado cientistas, instituições e governos, pode ser atribuída à esperteza de dois octogenários e seus seguidores. Nada poderia estar mais longe da verdade e o próprio Fantástico, em reportagens anteriores, mostrou isso.

É triste ver segmentos da mídia terem tão pouco comprometimento com a seriedade e a profundidade dos fatos em questões tão cruciais, como o Fenômeno UFO. Em especial aqueles segmentos da mídia que têm acesso às informações e que, mais do que o dever, têm condições de fazer um trabalho melhor, em benefício da verdade e de seus telespectadores.

A. J. Gevaerd,
Editor da Revista UFO
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